Comemoramos em 2025 oitenta anos da libertação do campo de extermínio de Auschwitz, do fim da Segunda Guerra Mundial e oitenta e dois anos da Conferência de Wannsee.
Entre 1933 e 1945, no curto espaço de 12 anos, pereceram seis milhões de judeus, dos quais um milhão e meio de crianças. Milhões de outros civis foram vítimas da loucura racial e da perseguição política do nacional-socialismo alemão.
A aniquilação do povo judeu (a solução final, na formulação da Conferência de Wannsee) foi, desde Mein Kampf (A Minha Luta), o livro programático de Hitler de 1925, um dos princípios basilares, se não o princípio basilar do projeto ideológico e político do nacional-socialismo alemão.
A implementação deste projeto passou por várias fases. Começou com a marginalização, a privação de direitos fundamentais, as humilhações, os maus tratos, a encarceração e a expulsão do país após o total despojamento dos judeus da Alemanha e, desde 1938, da Áustria e da Checoslováquia. E encontrou o seu alargamento para a maioria dos países europeus e a sua crescente brutalização e sofisticação técnica e organizativa com o princípio da guerra em setembro de 1939.
A rápida ocupação dos países do leste europeu, lar da maior parte dos judeus do continente - basta lembrar que só na Polónia viviam três milhões de judeus, dez por cento da população do país - levou ao paroxismo do genocídio industrializado ligado para sempre ao nome de Auschwitz.
O nosso Seminário aborda este processo, a Shoá, avançando cronologicamente e rebuscando alguns resultados da investigação mais recente, aprofunda uma dimensão pouco conhecida da Shoá, sob a forma da Resistência multifacetada dos judeus.
Reflete, finalmente, sobre a consciência da Europa renascida